Adubação de correção em áreas de reforma de pastagem

Adubação de correção em áreas de reforma de pastagem

    Antes de falarmos em adubação em áreas de reforma de pastagem, temos que entender quais os fatores que levaram a degradação da pastagem.

Os principais fatores são:

  • Escolha errada da cultivar
  • Má formação da pastagem
  • Manejo inadequado
  • Falta de reposição de nutrientes

    Quando estes fatores correm na totalidade ou parcialmente, o processo de degradação tem inicio e é questão de tempo para que o pasto diminua sua produtividade, reduza o stand de plantas, reduza a capacidade de suporte, surja plantas daninhas e o processo de erosão inicia-se.

    Algumas vezes o processo de reforma é utilizado com o objetivo de estabelecer uma forrageira mais produtiva ou resistente a pragas e doenças.

    A reforma de pastagem consiste em preparar novamente área já implantada por uma forrageira, onde é seguida por alguns procedimentos:

  • Preparo do solo;
  • Adubação de correção e acidez (pH);
  • Semeadura e incorporação.

    A adubação de correção vai depender análise de solo realizada na área. Com a análise de solo em mãos, podemos interpretar a necessidade de nutrientes em deficiência.

 

Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg)

    Os nutrientes cálcio (Ca) e magnésio (Mg), são corrigidos no ato da aplicação da calagem. O calcário além de corrigir o pH do solo, ele também fornece os nutrientes cálcio e magnésio. Hoje em dia são dois tipos de calcários utilizados, calcário calcítico (menos de 5% de MgO) e dolomítico (acima de 12% de MgO). E qual utilizar? Isso vai depender da relação Ca:Mg que consta na análise de solo. Para relação de Ca:Mg maior que 3:1, utilizar calcário dolomitico. Relação Ca:Mg menor que 3:1 utilizar calcário calcítico. Com isso conseguimos controlar a concentração de Ca e Mg no solo deixando esses nutrientes em melhor distribuição.

 

Fosforo (P)

    Assim como cálcio (Ca) e magnésio (Mg), o fosforo (P) também é um macronutriente e tem grande importância na formação das forrageiras no cerrado brasileiro. O fosforo em solos brasileiros tem deficiência natural e deve ser corrigido com adubos fosfatados, os mais utilizados são:

  • Fosfato monoamônico (MAP): 46 – 50% de P2O5
  • Fosfato diamônico (DAP): 38 – 40% de P2O5
  • Superfosfato simples: 18% de P2O5
  • Superfosfato tripo: 46% de P2O5
  • Termofosfatos: 16% de P2O5
  • Fosfatos naturais: 23 – 37% de P2O5

 

Potássio (K)

    A fonte mais utilizada é cloreto de potássio (KCl): 58% de K2O

 

Enxofre (S)

    O enxofre é aplicado indiretamente às pastagens, como componentes de alguns adubos como:

  • O superfosfato simples (SS): 12% de S
  • Sulfato de amônio ((NH4)2SO4): 22 – 24% de S
  • Gesso agrícola (CaSO4.2H2O): 13 a 16% de S
  • Sulfato de potássio (K2SO4): 18% de S;

 

Nitrogênio (N)

    É o principal elemento responsável pelo crescimento das plantas. Age diretamente na fotossíntese, síntese de aminoácidos e proteínas, ácidos nucleicos, clorofila. As fontes mais utilizadas são:

  • Uréia ((NH2)2CO) : 45% de N
  • Sulfato de amônio ((NH4)2SO4): 21% de N
  • Nitrato de amônio (NH4NO3): 34% de N

 

Quando aplicar?

    Para o calcário (cálcio e magnésio) e adubos fosfatados, é interessante que sejam aplicados antes da semeadura, no ato do preparo do solo (gradagem), para que sejam incorporados na camada areável.

    A aplicação do potássio pode juntamente com o fosforo, sendo misturada e aplicada a lanço.

    O enxofre pode ser aplicado no ato da gessagem antes da semeadura, ou com adubações de sulfato de amônio quando a forrageira está quase totalmente estabelecida.

    Para a aplicação do nitrogênio, deve se aplicar quando a pastagem estiverem mais de 75% já estabelecidas.

 

Quanto aplicar?

    As exigências em fertilidade e nutricionais são variáveis de forrageira para forrageira. A EMBRAPA classifica essas espécies como:

  • Pouco exigentes
  • Exigentes e
  • Muito exigentes

    Como podemos ver na figura a baixo, a exigência de cada forrageira em relação a fertilidade do solo:

Fonte: Macedo, 2007

    A quantidade a ser aplicada do adubo para correção vai variar de acordo a sua exigência, levando em consideração também a análise de solo interpretada e consultas em referências bibliográficas para cada região do Brasil.

    Os cálculos devem ser realizados por um responsável técnico da área.

Importante:

    Para uma melhor eficiente dos nutrientes corrigidos, é importante ficar de olho no pH do seu solo. Não adianta querer apenas fazer adubação de correção e cobertura, caso a acidez do solo não esteja corrigida. A disponibilidade dos nutrientes está diretamente relacionada com o pH do solo. Como podemos ver na imagem abaixo:

    Outro ponto importante também é a distribuição desses nutrientes no solo de forma que não haja excesso de um elemento e deficiência de outro. E sim uma distribuição de forma mais “igual” de acordo com as exigências de cada elemento no solo. Isso podemos ver no famoso “Lei do mínimo” na imagem abaixo. A deficiência de um nutriente, será o fator limitante para a produtividade da forrageira. Ex: Não adianta corrigirmos todos elementos acima como citamos, e esquecermos o potássio. Se ele está em deficiência, ele será o fator limitante da produtividade.

Fonte: Internet

Autor: Thiago Munhoz Angelo

Autor: Thiago Munhoz Angelo

Engenheiro Agrônomo e Consultor de Vendas na Safrasul Sementes desde 2018. Graduação em Agronomia UCDB - Campo Grande, MS. Pós-Graduação em Manejo da Pastagem FAZU - Uberaba, MG. Pós-Graduando em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas FAZU - Uberaba, MG.

Autor: Thiago Munhoz Angelo

Autor: Thiago Munhoz Angelo

Engenheiro Agrônomo e Consultor de Vendas na Safrasul Sementes desde 2018. Graduação em Agronomia UCDB - Campo Grande, MS. Pós-Graduação em Manejo da Pastagem FAZU - Uberaba, MG. Pós-Graduando em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas FAZU - Uberaba, MG.

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