Forrageiras para baixa fertilidade

Forrageiras para baixa fertilidade

    Um fator determinante para o sucesso da formação do pasto a ser implantado, é a fertilidade do solo que atua como delimitadora do potencial produtivo da vegetação presente.

    Antes de se escolher a espécie a ser implantada na área, deve-se atentar aos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. E a partir daí, observando-se o nível de exigência nutricional de cada espécie, realiza-se a escolha de acordo com a atividade a ser desenvolvida.

    Quando escolhidas as espécies forrageiras adequadas, os solos naturalmente pobres, ou degradados, podem ser condicionados, melhorados química e fisicamente, além terem aumentadas a macroporosidade e a aeração do solo, proporcionando infiltração mais eficiente e reduzindo a perda de partículas por escorrimento superficial, prevenindo, assim a erosão.

    Quando nos referimos a solos fracos, estamos tratando de solos de baixa fertilidade, com acidez acentuada e geralmente de textura arenosa. Para essas condições, recomenda-se o uso das, já muito conhecidas, Brachiaria decumbens cv. Basilisk e B. humidicola cultivares Llanero e Humidicola:

    A Brachiaria decumbens cv. Basilisk, também conhecida como braquiarinha, é uma espécie muito adaptada a solos ácidos e de baixa fertilidade natural.

COMO IDENTIFICAR

    As plantas de B. decumbens cv. Basilisk, possuem características bem especificas. Com crescimento decumbente, podem chegar até 1 metro de altura e suas folhas são pilosas em ambas as faces, não apresentando cerosidade nem nas folhas e nem nos colmos. E sua inflorescência possui 3 racemos, com certa pilosidade.

Fonte: Sendulsky (1977)

    Tem bom desempenho animal, em comparação às pastagens nativas.  Com ganho de peso diário de 350 g/ animal, no período das chuvas, e de 195 gramas na seca. Podendo chegar a 350 kg peso vivo/ ha/ ano.

    Para que esses resultados sejam alcançados, é imprescindível respeitar a taxa de lotação em cada estação do ano. Recomenda-se 2,5 UA/ha nas águas e diminui-se a lotação na seca para 1,5 UA/ha.

    Assim como a taxa de lotação, o manejo é muito importante. Atentando-se à altura de entrada e saída do gado. Em sistema de pastejo contínuo é indicada manter o pasto entre 30 e 15 cm. Já em sistema rotacionado, obedece-se às mesmas alturas para entrada e saída, respectivamente.

    Tem como desvantagem ser muito suscetível a cigarrinhas-das-pastagens e além disso, em associação ao fungo Pithomyces chartarum pode provocar fotossensibilização em bezerros.

Brachiaria humidicola

    Para solos com umidade excessiva, recomendam-se as cultivares de humidicola. Atualmente são duas disponíveis com boa produção de sementes: cv. Humidicola e cv. Llanero (antiga dictyoneura).

  1. Humidicola

    Também conhecida como quicuio da Amazônia, essa cultivar é oriunda do leste da África e foi introduzida no país em 1965 através de material vegetativo de uma coleção, procedente da Universidade da Flórida. Foi introduzida como alternativa à B. decumbens, pois é tolerante ao ataque de cigarrinhas e é tolerante a condições de alagamento temporário e/ou encharcamento do solo.

    Tem crescimento prostrado, por estolões, caule sem cerosidade, podendo chegar a 41 centímetros de altura, apresentando pouca ou quase nenhuma pilosidade nas folhas, bainha e inflorescência.

    Proporciona até 420 g/ animal/ dia no período das águas e no período de baixa pluviosidade, 180 gramas de ganho de peso por animal por dia, podendo chegar a 230 kg de peso vivo por ano.

    No período das chuvas, com potencial produtivo de massa favorecido, a taxa de lotação recomendada é de 1,4 UA/ha e na época de estiagem, quando a disponibilidade de massa verde é reduzida, recomenda-se lotação em torno de 0,8 UA/ha.  Para melhor aproveitamento da pastagem o indicado é manter a pasto sempre entre 15 e 25 centímetros de altura.

Fonte: Sendulsky (1977)

2. cv. Llanero

    Essa cultivar de B. humidicola, possui rizomas subterrâneos de dois tipos: um em forma de nódulos pequenos e compactos, e outro longo e fino, semelhante a estolões. Seu crescimento é prostrado, com presença de estolões. A planta pode chegar 45 centimetro de altura, e como a humidicola comum, não apresenta cerosidade, mas tem pilosidade presente nas espiguetas.

    O ganho diário de peso animal é mais representativo para essa cultivar podendo chegar a 500 g/ animal/ dia. Podendo chegar a 540 quilos de peso vivo por animal por hectare no período de um ano. A lotação nas águas e na seca é, respectivamente é 1,4 e 0,8 unidade animal por hectare. A altura de pastejo deve ser mantido entre 15 e 25 cm.

ATENÇÃO NO MANEJO

    Respeitar a altura de pastejo, previne a degradação da pastagem e mantem a qualidade da forrageira. Uma vez que em pasto “rapado”, a planta não tem as reservas necessárias para um rebrote vigoroso, pois a base do caule foi atingida pelo pastejo, atrasando-se a emissão de folhas, dando espaço para o surgimento de invasoras e subsequente degradação do pasto.

    Quando o manejo é adequado, o pastejo estimula a produção de parte aérea e raízes, fornecendo matéria orgânica ao solo, favorecendo a fertilidade do mesmo.

Autora: Lenise Castilho Monteiro

Autora: Lenise Castilho Monteiro

Assistente Técnica Comercial na Safrasul Sementes desde 2020. Graduação em agronomia UEMS - Aquidauana, MS. Mestrado em Ciências Agrarias - Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde, GO. Doutorado em Agronomia UEMS - Aquidauana. Doutorado Sanduíche Universidad Nacional del Sur, Bahía Blanca, Argentina.

Autora: Lenise Castilho Monteiro

Autora: Lenise Castilho Monteiro

Assistente Técnica Comercial na Safrasul Sementes desde 2020. Graduação em agronomia UEMS - Aquidauana, MS. Mestrado em Ciências Agrarias - Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde, GO. Doutorado em Agronomia UEMS - Aquidauana. Doutorado Sanduíche Universidad Nacional del Sur, Bahía Blanca, Argentina.

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