Forrageiras tropicais

Forrageiras tropicais

    Por definição, plantas forrageiras são todas aquelas utilizadas para alimentação animal, sejam elas gramíneas ou leguminosas, herbáceas ou arbustivas. As forrageiras tropicais têm grande importância para o país, mesmo com poucas opções de cultivares, são as grandes responsáveis pela abertura da fronteira agropecuária brasileira e consolidação do setor.  Com a demanda atual por sistemas de cultivo, que permitam o aumento de produtividade, e aliem a sustentabilidade agrícola, ambiental e econômica, as plantas forrageiras tiveram seu emprego expandido para usos que envolvem tanto o setor agrícola quanto o pecuário.

    Originalmente, o principal objetivo do manejo da pastagem era garantir a produtividade da planta de modo que suprisse a alimentação do animal em quantidade e qualidade. Com o progresso ocorrido nos sistemas agropecuários, tornou-se necessário expandir o portifólio de cultivares que atendessem as exigências das diferentes regiões do país e seus diferentes potenciais de produção.

    A Brachiria spp. surgiu na década de 1950 como alternativa de substituição aos capins Jaraguá e gordura, que eram predominantes nas pastagens do país. A Brachiária decumbens cv. Basilisk, introduzida em na década de 1960, é tida como a cultivar precursora e determinante na história da pecuária nacional, sendo excelente para solos ácidos e com baixa fertilidade, competindo muito bem com plantas invasoras, devido ao seu crescimento estolonífero, cobre muito bem o solo. Porém, é muito suscetível às cigarrinhas das pastagens, o que afeta significativamente seu desempenho no campo.

    Hoje, com os avanços genéticos, já está disponível uma ampla gama de cultivares que atendem os mais variados objetivos, existem forragens altamente produtivas, com alto valor nutricional, tolerantes a cigarrinhas e que podem ser implantas nas mais diversas condições de solo e clima. Na agricultura, por exemplo, pode-se inserir a forrageira no plantio direto, de forma a promover palhada para a proteção o solo da erosão, contribuindo também para a formação de agregados estáveis, conservando a estrutura do solo. Ainda, as forrageiras são fundamentais para o sucesso de sistemas integrados sendo componente que contribui positivamente para o incremento de matéria orgânica e nutrientes.

 

 

Como determinar qual forrageira usar?

    Primeiramente deve-se definir o objetivo da atividade em que a pastagem será inserida. Se o produtor está em busca de palhada apenas para cobertura, se para criação animal, se é pasto para cria, recria ou engorda de bovinos, fenação ou ensilagem.

    O rol de cultivares que vão melhor com relação a cigarrinhas das pastagens compreende a B. brizantha cv. Marandu, cv Xaraés, o híbrido cv. Ipyporã e B. humidicola. Para solos fracos e com encharcamento há os cultivares de humidicola comum e cv. Llanero. Sendo alternativa para produtores dessas condições, possuem menor valor nutricional que outras braquiárias, porém se utilizada em consórcio, com leguminosa adaptada ao encharcamento, há ganho de peso animal.

    Para os solos de baixa e média fertilidade, as braquiárias são uma boa alternativa, muito indicadas para pastejo continuo. Com exceção de B. ruziziensis, que apresenta suscetibilidade às cigarrinhas, ao frio e a seca o que a torna menos apta a pastagens permanentes, possui excelente produção de massa e facilidade de dessecação com herbicidas, é indicada para formação de palhada para a atividade agrícola.

    Dentro de uma espécie, cada cultivar tem suas particularidades, o cv. Xaraés, por exemplo, devido ao porte da planta, tem grande capacidade de suporte, já o cv. Piatã dá bom retorno em ganho de individual e é mais precoce na floração do que o primeiro. Conhecer as características de cada cultivar é muito vantajoso para o produtor, pois permite a adoção de estratégias de manejo que possibilitem o melhor aproveitamento nutricional e vegetativo de cada cultivar

    Para quem visa alto teor de proteína e não tem problemas com fertilidade do solo temos os cultivares de panicum, que são muito aceitos pelos animais e têm valor nutritivo elevado em comparação com as braquiárias. Geralmente, os panicuns são utilizados em manejo rotacionado, sendo utilizados na alimentação de bovinos, ovinos, caprinos e equinos.

    Ressalta-se que para que a genética seja responsiva, deve-se realizar o devido preparo do solo, pois a degradação diminui consideravelmente o potencial produtivo das forrageiras, mesmo aquelas mais rústicas e adaptadas às condições mais adversas. Aconselha-se que o produtor procure diversificar suas pastagens, dessa forma, os riscos inerentes à monocultura, são diluídos, e permite-se adotar estratégias para que haja uma melhor manutenção de produtividade de cultivares durante todo o ano.

Autora: Lenise Castilho Monteiro

Autora: Lenise Castilho Monteiro

Assistente Técnica Comercial na Safrasul Sementes desde 2020. Graduação em agronomia UEMS - Aquidauana, MS. Mestrado em Ciências Agrarias - Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde, GO. Doutorado em Agronomia UEMS - Aquidauana. Doutorado Sanduíche Universidad Nacional del Sur, Bahía Blanca, Argentina.

Autora: Lenise Castilho Monteiro

Autora: Lenise Castilho Monteiro

Assistente Técnica Comercial na Safrasul Sementes desde 2020. Graduação em agronomia UEMS - Aquidauana, MS. Mestrado em Ciências Agrarias - Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde, GO. Doutorado em Agronomia UEMS - Aquidauana. Doutorado Sanduíche Universidad Nacional del Sur, Bahía Blanca, Argentina.

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